sábado, 15 de maio de 2010
CUBA - GREVE DE FOME
Após 80 dias de greve de fome, Fariñas está 'pessimista' sobre libertações
Dissidente disse não acreditar que visita de chanceler do Vaticano encoraje regime a liberar presos
14 de maio de 2010
Efe
HAVANA- O dissidente cubano Guillermo Fariñas disse nesta sexta-feira, 14, estar "pessimista" sobre as possibilidades de que o governo de Raúl Castro liberte os presos políticos doentes, no dia em que completa 80 dias em greve de fome.
Alejandro Ernesto/Efe
Estado de saúde de Fariñas é grave, porém estável
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O psicólogo e jornalista independente insistiu em pedir ao governo que liberte esse presos em "um gesto humanitário", segundo disse à agência Efe por telefone do hospital onde está internado, na cidade de Santa Clara, 276 km ao leste de Havana.
"O governo não vai perder poder nem o partido (comunista, o único da ilha) hegemonia por colocar em liberdade estes irmãos", disse Fariñas. Mas "prefiro seguir sendo pessimista", afirmou o opositor sobre a possibilidade de libertações por ocasião da próxima visita à ilha do chanceler do Vaticano, Dominique Mamberti.
No domingo passado, as Damas de Branco expressaram sua esperança de que a visita de Mamberti em junho durante a Semana Social da Igreja cubana ajude algumas libertações, como ocorreu após a viagem do papa João Paulo II à ilha em janeiro de 1998.
Precisamente, a mediação do arcebispo de Havana, o cardeal Jaime Ortega, permitiu a volta das passeatas dominicais das Damas de Branco - que pedem a liberdade de seus familiares presos na Primavera Negra de 2003 - após semanas de atos de repressão contra o grupo por parte de seguidores do governo.
Fariñas comentou à Efe que dias depois desse "gesto" - que ele mesmo qualificou como "encorajador" na época - recebeu a visita de dois religiosos, representantes da Igreja, para falar com ele sobre as possibilidades de mediação perante o governo.
Segundo o dissidente, os religiosos que o visitaram foram José Félix Pérez Riera, secretário adjunto da Conferência de Bispos Católicos de Cuba, e um representante do Arcebispado de Havana.
Sobre seu estado de saúde, Fariñas disse que hoje foi submetido a um exame que confirmou que seu diagnóstico é grave, embora estável.
Após 80 dias em greve de fome, o jornalista, hospitalizado desde março, pesa 67,5 quilos, apresenta uma temperatura de 36,3 graus, uma pressão de 10X6 e uma frequência cardíaca de 86 batidas por minuto.
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