sexta-feira, 8 de outubro de 2010

GOLPE DOS CHINESES NA EMBRAER





China decide montar jatos e concorrer com Embraer

Decisão chinesa de fabricar aviões ameaça manutenção de fábrica brasileira na Ásia; último jato de contrato será entregue em 2011

Eduardo Carvalho
Jornal O VALE
São José dos Campos

Os planos do governo chinês de investir a partir de 2011 na fabricação em série de jatos comerciais de 70 a 100 assentos, que vão competir diretamente com os modelos produzidos pela Embraer, em São José, ameaçam a manutenção da fábrica da empresa implantada na Ásia há 10 anos.

A joint-venture (parceria) Harbin Embraer, criada em Harbin por meio da associação feita com a Avic (China Aviation Industry Corporation) para a produção de 25 aeronaves ERJ-145 encomendados pela estatal Hainan Airlines, deverá entregar o último jato do contrato no início de 2011.

Para dar continuidade à parceria, a Embraer tenta negociar com o governo da China a homologação da aeronave E-190 no país, que tem capacidade para voar com até 114 passageiros para destinos regionais --mercado em ascendência no país que tem registrado o maior índice de desenvolvimento econômico do mundo.

Porém, os novos anúncios e a dificuldade de negociação para a continuidade da empresa no país ameaçam os planos da Embraer.

“Somos vistos como concorrentes deles. Ainda não conseguimos chegar a um acordo, mas ele segue acontecendo”, afirmou Paulo César de Souza e Silva, vice-presidente executivo para o mercado de aviação comercial da Embraer.

Made in China. A Comac, empresa controlada pelo governo e formada por um consórcio de outras organizações, deverá iniciar a produção do modelo ARJ-21, que até agora já tem 250 pedidos e 20 opções de compra, somente para abastecer o país.
A empresa ainda planeja lançar aeronaves de até 190 lugares até 2014, para competir com o mercado da Airbus e da Boeing.

Contrato. A instalação da unidade da Embraer na China aconteceu a partir de um contrato de venda de 100 aeronaves (50 Embraer 190 e 50 ERJ-145).

Entretanto, a chinesa Hainan reduziu em 2009 metade da compra dos ERJ e cancelou o pedido dos E-190, além de não conceder a licença de importação devido ao protecionismo imposto por Pequim.


De acordo com comunicado oficial enviado pela Embraer, ainda não há uma decisão sobre o assunto e há possibilidade de continuidade das operações na Ásia.


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