sexta-feira, 12 de novembro de 2010
QUER FICAR RICO? COMECE VENDENDO CAPA PARA TÍTULO DE ELEITOR
Antes de ser empresário, Silvio Santos vendia capa de plástico para título de eleitor na rua
Antes da fama, Silvio Santos, o "Homem do Baú", vendia capas de plástico para títulos de eleitor na av. Rio Branco, no Rio. Virou garoto-propaganda das Lojas Clipper, estrela nos anos 1960 da TV Paulista, passou a animador na TV Globo, tornou-se sócio da Record, até ter sua própria rede de TV, o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). A trajetória de sucesso dele pode ser conferida em um dos capítulos do livro "O Marechal da Vitória" (A Girafa), dos jornalistas Tom Cardoso e Roberto Rockmann.
Já é quase meio século de sucesso. Silvio Santos comandou e exibiu em sua rede de de TV programas que marcaram diversas gerações de brasileiros. Nas noites de domingo, era quase sagrado. Depois da missa, a família reunida na sala de frente para a televisão assistia ao "Show de Calouros".
Almanaque cita programas lançadaos por Silvio Santos
O apresentador, que usava o microfone dourado preso ao colarinho, e seus jurados "recebiam calouros, que iam desde menininhas dançando jazz e marmanjos imitando Ney Matogrosso a bizarrices como comer um tijolo a dentadas entre um e outro gole de guaraná". Como consta em diversas passagens de "Mofolândia" (Panda Books), de Antonio Carlos Cabreza.
Silvio Santos e seu time de jurados chegavam ao som da famosa musiquinha: "E o Silvio Santos lá, lálálálálál". Depois tocava: "Agora é hora! De alegria! Vamos sorrir e cantar". E o apresentador dava o pontapé inicial: "É com você Lombardiiiiii!".
Luiz Lombardi Netto, o dono da famosa voz do SBT, sonhava em ser narrador de jogo de futebol. Mas acabou conhecendo Silvio Santos no fim da década de 1960 e tornou-se seu locutor oficial. Esteve ao lado do patrão nos programas "Tentação', "Em Nome do Amor", "Qual é a música?" e "Todos Contra Um". Seu rosto, por contrato, não podia aparecer na telinha. Tudo para assegurar o mistério e o ibope, é claro.
Quando os calouros ganhavam algum dinheiro como prêmio, podia-se ouvir o barulhinho de caixa registradora. E quando alguém tirava a nota máxima, cumprimentava jurado por jurado, com lágrimas nos olhos e ao som de uma música triunfante.
Roberto Nemanis/SBT
Apresentador e empresário Silvio Santos volta às manchetes neste mês com dificuldades financeiras de seu banco
O Show de Calouros foi inspirado em "The Gong Show", um programa norte-americano comandado por Chuck Harris. Os calouros menos afortunados eram interrompidos por uma "gongada" no meio da música.
Na versão de Silvio Santos, o crítico musical José Fernandes raramente dava nota 10. Quando isso acontecia, era tocada a música "Aleluia", de Haendel.
Outro calouro marcante foi Pedro de Lara. Ele trabalhava com Silvio Santos desde a década de 1960, quando apresentavam um programa na Rádio Nacional. Os dois interpretavam os sonhos dos ouvintes.
Petrúcio Melo foi jurado de nada menos que quatro programas de calouros: ele dava seus pitacos nas atrações de Flávio Cavalcanti, Chacrinha, Bolinha e Silvio Santos. Petrúcio ficou conhecido por inventar palavras estranhas para classificar os calouros: "ispiciá" (regular), "ispicibê" (bom) e "ispicizê" (ótimo).
Para homenagear o "Homem do Baú", Petrúcio inventou mais uma: "pelepesquê", ou "pescador de sucessos".
Nas manhãs de segunda a sexta, quem animou o público infantil, na TV de Silvio Santos, foi o palhaço Bozo. "Alô, criançada! O Bozo chegou!". O programa do Bozo, com seu macacão azul, nariz vermelho, cara branca e peruca laranja, foi apresentado pelo SBT durante dez anos, de 1981 a 1991. Mas pouca gente sabe que ele nasceu cantor, e não apresentador de atrações infantis.
O personagem foi criado nos Estados Unidos em 1946. Primeiro, veio o disco "Bozo no Circo". Fez tanto sucesso com a criançada americana que ficou 200 semanas no topo dos mais vendidos. Em 1949, o palhaço ganhou um rosto. O cantor Pinto Colvig, que gravou o álbum, vestiu a peruca e o macacão e apareceu em um programa ao vivo do canal KTTV, de Los Angeles (EUA).
O SBT lançou a versão nacional do programa do Bozo em 1981. A produção era toda feita no Brasil. Apenas os desenhos animados eram "importados" dos Estados Unidos.
Em 1985, o sucesso de audiência entre a meninada era a novela "Carrossel". A gordinha Laura ("Isso é tão romântico"), o simplório Cirilo e a esnobe Maria Joaquina faziam parte da turma de alunos da professora Helena, no Colégio Mundial. O dia-a-dia deles e seus coleguinhas eram retratados em Carrossel. Seus 385 capítulos fizeram enorme sucesso, rendendo até uma visita da atriz Gabriela Rivero (a professorinha) ao país.
Nos anos 1970, o programa era "Cinderela" e a vencedora era sempre a menininha mais pobre. Aquela roda com os sapatos das garotas era pura armação, dizia-se.
Antes da fama, Silvio Santos, o "Homem do Baú", vendia capas de plástico para títulos de eleitor na av. Rio Branco, no Rio. Virou garoto-propaganda das Lojas Clipper, estrela nos anos 1960 da TV Paulista, passou a animador na TV Globo, tornou-se sócio da Record, até ter sua própria rede de TV, o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). A trajetória de sucesso dele pode ser conferida em um dos capítulos do livro "O Marechal da Vitória" (A Girafa), dos jornalistas Tom Cardoso e Roberto Rockmann.
Já é quase meio século de sucesso. Silvio Santos comandou e exibiu em sua rede de de TV programas que marcaram diversas gerações de brasileiros. Nas noites de domingo, era quase sagrado. Depois da missa, a família reunida na sala de frente para a televisão assistia ao "Show de Calouros".
Almanaque cita programas lançadaos por Silvio Santos
O apresentador, que usava o microfone dourado preso ao colarinho, e seus jurados "recebiam calouros, que iam desde menininhas dançando jazz e marmanjos imitando Ney Matogrosso a bizarrices como comer um tijolo a dentadas entre um e outro gole de guaraná". Como consta em diversas passagens de "Mofolândia" (Panda Books), de Antonio Carlos Cabreza.
Silvio Santos e seu time de jurados chegavam ao som da famosa musiquinha: "E o Silvio Santos lá, lálálálálál". Depois tocava: "Agora é hora! De alegria! Vamos sorrir e cantar". E o apresentador dava o pontapé inicial: "É com você Lombardiiiiii!".
Luiz Lombardi Netto, o dono da famosa voz do SBT, sonhava em ser narrador de jogo de futebol. Mas acabou conhecendo Silvio Santos no fim da década de 1960 e tornou-se seu locutor oficial. Esteve ao lado do patrão nos programas "Tentação', "Em Nome do Amor", "Qual é a música?" e "Todos Contra Um". Seu rosto, por contrato, não podia aparecer na telinha. Tudo para assegurar o mistério e o ibope, é claro.
Quando os calouros ganhavam algum dinheiro como prêmio, podia-se ouvir o barulhinho de caixa registradora. E quando alguém tirava a nota máxima, cumprimentava jurado por jurado, com lágrimas nos olhos e ao som de uma música triunfante.
Roberto Nemanis/SBT
Apresentador e empresário Silvio Santos volta às manchetes neste mês com dificuldades financeiras de seu banco
O Show de Calouros foi inspirado em "The Gong Show", um programa norte-americano comandado por Chuck Harris. Os calouros menos afortunados eram interrompidos por uma "gongada" no meio da música.
Na versão de Silvio Santos, o crítico musical José Fernandes raramente dava nota 10. Quando isso acontecia, era tocada a música "Aleluia", de Haendel.
Outro calouro marcante foi Pedro de Lara. Ele trabalhava com Silvio Santos desde a década de 1960, quando apresentavam um programa na Rádio Nacional. Os dois interpretavam os sonhos dos ouvintes.
Petrúcio Melo foi jurado de nada menos que quatro programas de calouros: ele dava seus pitacos nas atrações de Flávio Cavalcanti, Chacrinha, Bolinha e Silvio Santos. Petrúcio ficou conhecido por inventar palavras estranhas para classificar os calouros: "ispiciá" (regular), "ispicibê" (bom) e "ispicizê" (ótimo).
Para homenagear o "Homem do Baú", Petrúcio inventou mais uma: "pelepesquê", ou "pescador de sucessos".
Nas manhãs de segunda a sexta, quem animou o público infantil, na TV de Silvio Santos, foi o palhaço Bozo. "Alô, criançada! O Bozo chegou!". O programa do Bozo, com seu macacão azul, nariz vermelho, cara branca e peruca laranja, foi apresentado pelo SBT durante dez anos, de 1981 a 1991. Mas pouca gente sabe que ele nasceu cantor, e não apresentador de atrações infantis.
O personagem foi criado nos Estados Unidos em 1946. Primeiro, veio o disco "Bozo no Circo". Fez tanto sucesso com a criançada americana que ficou 200 semanas no topo dos mais vendidos. Em 1949, o palhaço ganhou um rosto. O cantor Pinto Colvig, que gravou o álbum, vestiu a peruca e o macacão e apareceu em um programa ao vivo do canal KTTV, de Los Angeles (EUA).
O SBT lançou a versão nacional do programa do Bozo em 1981. A produção era toda feita no Brasil. Apenas os desenhos animados eram "importados" dos Estados Unidos.
Em 1985, o sucesso de audiência entre a meninada era a novela "Carrossel". A gordinha Laura ("Isso é tão romântico"), o simplório Cirilo e a esnobe Maria Joaquina faziam parte da turma de alunos da professora Helena, no Colégio Mundial. O dia-a-dia deles e seus coleguinhas eram retratados em Carrossel. Seus 385 capítulos fizeram enorme sucesso, rendendo até uma visita da atriz Gabriela Rivero (a professorinha) ao país.
Nos anos 1970, o programa era "Cinderela" e a vencedora era sempre a menininha mais pobre. Aquela roda com os sapatos das garotas era pura armação, dizia-se.
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