
EUA alertam Venezuela e Bolívia para proximidade com o Irã
Hillary pede que 'bolivarianos' mantenham-se no caminho da democracia e defende eleição em Honduras
Jim Young/Reuters
Hillary delineia estratégia para América Latina
WASHINGTON - No lançamento da nova estratégia diplomática para a América Latina, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, advertiu os países da região sobre a influência iraniana e fez um chamado ao respeito pelas instituições democráticas em países como a Venezuela e a Nicarágua.
"As pessoas que querem se aproximar do Irã deveriam pensar em quais as consequências disso. Esperamos que pensem duas vezes", disse Hillary em um discurso sobre as relações entre EUA e América Latina nesta sexta-feira, 11.
Segundo a secretária de Estado, os EUA estão cientes dos interesses iranianos em se promover na região. "Relacionar-se com o Irã é uma má ideia", afirmou. "Espero que os países latino-americanos reconheçam que o Irã é um dos maiores promotores e exportadores do terrorismo nos dias atuais".
O Irã tem se aproximado de países como Bolívia, Venezuela e Nicarágua. No mês passado, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad esteve na região para uma visita a Brasil, Bolívia e Venezuela.
Democracia
Hillary ainda fez um firme pedido para que Venezuela e Nicarágua mantenham-se no caminho da democracia. Segundo a secretária de Estado, países cujo líderes eleitos legitimamente não podem maltratar a ordem constitucional e democrática, o setor privado e os direitos do povo.
"A democracia não se trata de líderes individuais, mas de instituições fortes", disse.
No começo do ano, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, conseguiu aprovar um referendo que o permite se candidatar sucessivamente à presidência. Na Bolívia, Evo Morales foi reeleito na semana passada após uma reforma constitucional que permite apenas uma reeleição.
Honduras
Hillary defendeu a reação dos EUA ao golpe de Estado em Honduras. De acordo com ela, o país buscou uma abordagem multilateral, honesta e pragmática para restaurar a democracia.
Países latino-americanos como Brasil e Argentina divergiram da postura americana em apoiar as eleições em Honduras mesmo sem o retorno do presidente Manuel Zelaya ao poder.
China
Sobre a influência comercial chinesa na região, Hillary alertou para riscos de corrupção. "Não temos problema com nenhum país que desenvolva atividades comerciais com outra nação. Mas não queremos que a corrupção beneficie a fortuna de poucos e destrua o meio ambiente, a economia sustentável e os recursos naturais de qualquer país", afirmou.
Cuba
A secretária de Estado ainda apostou no fim da ditadura castrista em Cuba. "Esperamos que em um futuro não muito distante ver uma Cuba democrática. Seria fantástico para o nosso hemisfério", disse.
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