quinta-feira, 4 de março de 2010

PEDOFILIA NO FLAMENGO


Médico diz que o filho foi vítima de pedofilia no Fla
Embora o caso tenha acontecido em 1982, pai desconfia que o homem investigado por abuso sexual atualmente possa ser o mesmo. Na época, menino tinha 7 anos e foi alvo de sexo oral
POR SABRINA GRIMBERG

Rio - A par do caso de suposto abuso sexual cometido por um funcionário do Flamengo, o pai de uma vítima do mesmo crime em 1982 decidiu sair do anonimato e trazer a história do menino a público. Segundo o médico Heleno Barroso, 62 anos, seu filho tinha 7 anos quando foi abordado por um homem na quadra de futebol de salão do clube da Gávea. Ele acredita que o mesmo homem pode ser o suspeito de abusar de um adolescente de 15 anos após lhe oferecer R$ 100 e um ingresso.

Segundo o relato do pai, ele costumava jogar futebol no Flamengo enquanto seu filho brincava com outros meninos numa quadra próxima. Naquele dia de 1982, os amigos foram lanchar e o garoto ficou jogando bola sozinho. “Um camarada apareceu batendo uma bola de basquete do outro lado da quadra. Ele o abordou e o levou até o estacionamento, onde praticou sexo oral na criança”, relembra Heleno Barroso. “Depois ele quis dar dinheiro para ele comprar chiclete. Mas meu filho não aceitou porque não achava que estava fazendo nada errado. Só aí ele percebeu”, diz.

Como na hora do abuso o pai estava num bar do clube rodeado de amigos, o menino chegou chorando e não teve coragem de contar a história. “Um tempo depois ele falou assim: ‘Jogadores de basquete são gays, ofereceram dinheiro para a gente’”. Não dei muita importância na hora. Porque se eu desse, poderia querer investigar a história e, nessa época, a polícia só estava preocupada em combater a subversão”, acredita.

Levados à Comissão da Criança e do Adolescente da Câmara Municipal, pai e filho foram ouvidos pela vereadora Liliam Sá (PR), que encaminhou os dois para a Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV). O menino viu a foto atual do funcionário acusado do Flamengo e encontrou semelhanças com a pessoa que abusou dele há 28 anos, principalmente no nariz protuberante.

Em 1977, o suspeito chegou ao clube como uma pessoa de confiança da diretoria da época. “Para ter certeza, meu filho queria ver uma foto mais antiga do cara. Talvez pudesse reconhecê-lo”, diz Heleno.

Em conversa com o delegado da DCAV, Luiz Henrique Marques, Heleno ouviu que o crime contra o seu filho já prescreveu: “Ele está investigando o caso atual. O episódio do meu filho não serve para o delegado. Minha intenção é que não seja jogado na minha cara que eu sou um pai omisso, cujo filho foi abusado e ele nada fez. Não quero cadeia nem o mal para esse homem, apenas que ele seja tratado. É um doente”.

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