quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

JAL - JAPAN AIR LINES PEDE CONCORDATA

Maior aérea da Ásia pede proteção contra dívidas de US$ 25 bilhões e terá ajuda do governo japonês para se reerguer. Mais de 15 mil funcionários serão demitidos

REDAÇÃO ÉPOCA

CONCORDATA - JAPAN AIR LINES ( JAL)
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Funcionário do aeroporto de Haneda, em Tóquio, observa avião da Japan Airlines. Mais de 15 mil pessoas serão demitidasA Japan Airlines (JAL), maior companhia aérea da Ásia, pediu concordata nesta terça-feira (19), como forma de se proteger das cobranças de seus credores, que totalizam 2,32 trilhões de ienes, o equivalente a US$ 25,3 bilhões (R$ 44,6 bilhões). Um fundo estatal vai comandar a reestruturação da empresa, que deve continuar operando durante a recuperação, prevista para durar até três anos.

De acordo com o governo japonês, o fundo de investimentos estatal Enterprise Turnaround Initiative Corporation vai injetar capital de US$ 3,3 bilhões na JAL e abrirá uma linha de crédito de US$ 6,6 bilhões, que virão deste mesmo fundo e do Banco de Desenvolvimento do Japão, o equivalente ao BNDES brasileiro. Além disso, os credores da empresa aceitaram perdoar mais US$ 8 bilhões em dívidas, segundo o jornal britânico Financial Times.

Para contar com a ajuda do governo, a Japan Airlines concordou em reduzir em mais de 30% seu quadro de funcionários. Até março de 2013, 15,7 mil pessoas serão demitidas. Os aposentados e os empregados também sofrerão duros cortes no sistema de pensão, que devem chegar a US$ 11 bilhões. Segundo o Teikoku Databank, é a maior concordata de uma empresa japonesa fora do setor bancário desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

De acordo com a agência de notícias Kyodo, o governo japonês vai entrar em contato com outros países para garantir que a JAL possa continuar operando mesmo durante a concordata. O presidente da companhia, Haruka Nishimatsu, deixou o cargo. Segundo o Wall Street Journal, ele será substituído por Kazuo Inamori, monge budista e fundador da gigante Kyocera.

No processo de recuperação, a JAL deixará de operar rotas pouco lucrativas e pode ser comprada por uma das gigantes americanas do setor. A American Airlines e a Delta Airlines disputam ferozmente uma fatia da empresa.
Ações chegaram a valer R$ 0,05
A Japan Airlines, que surgiu como uma estatal, teve um papel central na recuperação econômica do Japão após a destruição da Segunda Guerra Mundial. Privatizada, se tornou um império que incluía 100 subsidiárias, como hotéis, restaurantes, campos de golfe, shopping centers e até uma operadora de cartões de crédito, que serão vendidas em sua maioria.

Nas últimas semanas, a ruína da empresa ficou clara, com a impressionante queda em seu valor na bolsa de Tóquio. Nesta terça-feira (19), as ações da JAL chegaram a valer 3 ienes, o equivalente a R$ 0,05. O valor total da empresa era de US$ 120 milhões, menos do que um Boeing 787.

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