terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A PONTE DO FUTURO - JORNAL VP - EDIÇÃO 15.12.09


Em Foco primeiro caderno 3
valeparaibano | TERÇA-FEIRA, 15 DE DEZEMBRO DE 2009
A PONTE DO FUTURO
Os alicerces da ponte que cruzaria a avenida
Teotônio Vilela, na altura do Jardim Topázio, região
central de São José; construção custou R$ 215 mil
Eugênio Vieira/VP
Cláudio César de Souza
São José dos Campos
A Prefeitura de São José dos
Campos gastou R$ 216 mil com os
alicerces para construção de uma
ponte na avenida Teotônio Vilela,
a Fundo do Vale, que não sairá do
papel, ao menos por ora.
Pelo projeto original do governo
de Eduardo Cury (PSDB), a
ponte seria erguida no local para
substituir o antigo retorno viário
de acesso às zonas sul e oeste, que
foi fechado durante as obras de
continuação do canal aberto da
Fundo do Vale, na região central.
No entanto, dois meses após o
fim do serviço, que foi realizado
pela Urbam (Urbanizadora Municipal
S/A) e custou R$ 6,3 milhões
com o objetivo de evitar novas enchentes,
apenas a fundação e dois
muros de concreto foram instalados
e não há previsão de quando
a ponte será construída.
A estrutura de ligação viária tinha
custo previsto de R$ 360 mil e
foram investidos R$ 216 mil (60%
do total) na montagem dos ali
cerces, de acordo com planilhas
encaminhadas pela Urbam à
prefeitura e às quais o valeparaibano
teve acesso ontem.
Motoristas que trafegam pelo
local reclamam da falta do retorno
viário e cobram do governo tucano
a execução imediata da ponte
para solucionar o problema
(leia texto nesta página).
TRAJETOS- Para acessar as zonas
sul e oeste, os motoristas tiveram
seus trajetos aumentados em 2,5
km, caso utilizem o viaduto próximo
à Câmara, ou em 3,5 km, se a
escolha for pelo retorno próximo
à prefeitura.
A secretária de Obras, Cynthia
Gonçalo, defendeu o investimento
feito nos alicerces e afirmou
que não está descartada a construção
da ponte no local para facilitar
o acesso às zonas sul e oeste
(leia texto nesta página).
Já o vereador oposicionista
Wagner Balieiro (PT) pretende
apresentar requerimento na sessão
de hoje da Câmara, a última
do ano, cobrando explicações da
administração do PSDB sobre o
caso. Ele também vai encaminhar
representação ao Ministério Público
pedindo investigação sobre
a suposta malversação de dinheiro
público.
“É mais um caso absurdo de
desperdício de dinheiro público.
Eles gastaram R$ 216 mil com
algo que não tem utilidade nenhuma
e nem sabem se algum dia vão
construir uma ponte ali. Esse dinheiro
desperdiçado poderia ter
sido utilizado em obras antienchente
ou para construir casas
para os moradores mais pobres”,
disse Balieiro.
“É um caso claro de malversação
do dinheiro público. Foi uma
obra mal planejada e mal gerenciada.
Os moradores da cidade foram
prejudicados porque tiveram
seu dinheiro desperdiçado e ainda
perderam o retorno viário que
havia ali. Vou cobrar explicações
do governo e pedir que o Ministério
Público investigue o caso.”
EXPLICAÇÕES - O líder do governo,
Juvenil Silvério (PSDB), também
pretende cobrar explicações da
administração tucana sobre a entrega
das obras sem a construção
da ponte.
“Vou ter uma reunião com a
Claude [Mary de Moura, secretária
de Governo] e vou pedir explicações
sobre este caso. Na minha
opinião, esta ponte é necessária
ali para facilitar o acesso às zonas
sul e oeste e queremos saber se
ela será ou não construída e quando
a obra será realizada.”
Os motoristas protestam.
“Quando havia o retorno na Fundo
do Vale, era bem mais fácil e rápido
chegar à zona sul. Agora tem
que dar uma grande volta, o que
prejudica bastante os motoristas.
Espero que a ponte seja construída
rapidamente”, disse o eletricista
de autos José Carlos Ribeiro,
27 anos, morador do Bosque
dos Eucaliptos.
Dinheiro Público
Cury usa R$ 216 mil em ponte ‘virtual’
Urbam constrói alicerces para cruzamento na Fundo do Vale, mas prefeitura diz que obra é só para o futuro
Isso é o que se
chama de boa
engenharia.
Desperdício de
dinheiro público seria
não fazer o alicerce
da ponte agora e
depois, quando
for necessária, ter
que desfazer a obra
do canal
De Cynthia Gonçalo, secretária de
Obras de São José
É um descaso do
governo com os
motoristas, que
perderam o acesso à
zona sul. Também
demonstra falta de
planejamento
De Carlos Eduardo Garcia,
árbitro de futebol de São José


Outro Lado
Secretária
culpa ‘boa
engenharia’
São José dos Campos
A secretária de Obras de
São José, Cynthia Gonçalo,
defendeu os investimentos realizados
para implantação dos
alicerces da ponte e afirmou
que não está descartada a
construção da ligação viária
no local.
“Quando iniciamos a obra
de continuação do canal aberto
na Fundo do Vale, foi necessário
fechar o acesso viário às
zonas sul e oeste. Mas os estudos
feitos pela Secretaria de
Transportes demonstraram
que, no momento, não há necessidade
da construção da
ponte porque não há um fluxo
de veículos que justifique a
obra”, disse Cynhtia.
“Estamos elaborando a nova
Lei de Zoneamento e há possibilidade
do aumento do número
de moradores naquela região
com a construção de novos
prédios. Caso essa previsão
se concretize e tenhamos o aumento
do adensamento populacional
ali, construíremos a
ponte para substituir o antigo
retorno viário”, completou.
ENGENHARIA - Ela negou que
tenha havido desperdício de
dinheiro público. “Em obras
de grande porte como esta,
sempre se faz alicerces e estruturas
de preparo para novas
obras no futuro. Isso é o
que se chama de boa engenharia.
Desperdício de dinheiro
público seria não fazer o alicerce
da ponte agora e depois,
quando ela for necessária, ter
que desfazer a obra do canal
aberto”, afirmou Cynhtia.
Moradores protestam
contra fechamento
Integrante da bancada governista,
o presidente da Comissão de
Obras da Câmara, Cristiano Pinto
Ferreira (PSDB), adotou a cautela
ao comentar o assunto. “Tenho recebido
muitas reclamações de moradores
do Jardim Topázio, Vila Bandeirantes
e Vila Piratininga contra o
fechamento daquele acesso viário à
zona sul. Já conversei com o prefeito
sobre o assunto e ele me disse que
já autorizou um estudo sobre a possibilidade
de se construir um viaduto
naquele local”, disse ontem o
parlamentar tucano.
DESVIO DE ROTA Tráfego de veículos na avenida Teotônio Vilela, conhecida como Fundo do Vale, no trecho do Jardim Topázio; sem retorno viário
no local, motoristas têm de aumentar em até 3,5 km seus trajetos para deslocamento aos bairros da zona sul de São José dos Campos
Eugênio Vieira/VP
Motorista reclama de trajeto 3,5 km maior
São José dos Campos
Motoristas que trafegam pela
avenida Fundo do Vale consultados
reclamam da falta do retorno
viário e cobram a construção
imediata da ponte para solucionar
o problema.
Eles reclamam que, para para
acessar as zonas sul e oeste da cidade,
tiveram seus trajetos aumentados
em 2,5 km, caso utilizem
o viaduto próximo à Câmara,
ou em 3,5 km, se a escolha for pelo
retorno próximo à prefeitura.
“Ficou horrível para os motoristas
com o fechamento do retorno
viário. Agora temos que
dar uma volta grande para ter
acesso à zona sul. Quando é horário
de pico, estou gastando
mais de 20 minutos para pegar o
acesso à zona sul”, disse o árbitro
de futebol Carlos Eduardo Garcia,
43 anos, morador do Bosque
dos Eucaliptos, na zona sul.
“É um descaso do governo
com os motoristas, que perderam
o acesso à zona sul. Também
demonstra falta de planejamento
e descaso com dinheiro público.
É um absurdo gastar R$ 216 mil
nos alicerces de uma ponte que
nem se sabe se será construída.”
O comerciante Luiz Carlos Gonçalves,
45 anos, que possui um centro
automotivo na Vila Bandeirantes,
nas proximidades da Fundo do
Vale, também reclamou do fechamento
do acesso viário e da nãoconcretização
da ponte.
“Muitos clientes estão reclamando
do fechamento do acesso
viário e que estão tendo que andar
mais 3 km para chegar aqui
na loja. Se a prefeitura fechou o
retorno viário, tinha que ter construído
a ponte.”

COMENTÁRIO:

Senhores, chegamos ao topo da pouca vergonha municipal, onde políticos e seus secretários acreditam que o povo é simplório, para não dizer outras definições.,como é possível uma pessoa que se diz secretária de obras, proferir um aberração destas, é a prova irrefutável da falta de capacidade e do cabide de empregos que tornou-se a Prefeitura desta cidade.
O MP deve realmente averiguar com severidade, inclusive o custo desta obra "orçada" em R$ 6,3 milhões de reais, quais as empresas que participaram desta licitação e que estes R$ 216 mil sejam devolvidos com juros e correção pela URBAM aos cofres públicos, sem antes os responsáveis receberem uma reprimenda pública!
Não existe esta tática em lugar nenhum do mundo, pelo menos dentro da decência e da ética com a manipulação do dinheiro público, de se pagar antes e "quando precisarmos, se precisarmos, o serviço será executado"
Boa Engenharia?!
Pouca vergonha, em todos os sentidos!!!


ALVARO PEDRO NEVES PEREIRA

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