sábado, 12 de dezembro de 2009

PÃO DE AÇUCAR E CASAS BAHIA



Negócios

O que um vai ensinar para o outro
Gestão de custos do Pão de Açúcar e expertise em TI da Casas Bahia são pontos fortes da rede criada com a fusão

Adriana Mattos - ISTOÉ DINHEIRO

Logo que a fusão Pão de Açúcar- Casas Bahia foi anunciada, na manhã da sexta-feira 4, havia uma preocupação: como aproveitar, na nova empresa que surgiu, o que cada uma tem de melhor? O que uma companhia pode ensinar para outra? Em muitas áreas, as duas corporações atuam de forma antagônica. A própria estrutura administrativa é oposta.

A Casas Bahia é uma empresa familiar e seus donos jamais tiveram de submeter seus passos a investidores do mercado. Por sua vez, o Pão de Açúcar tem ações cotadas em bolsa de valores, o que pressupõe o acompanhamento minucioso de cada passo da cadeia, além de um sócio estrangeiro a quem deve prestar contas. Para agilizar a integração de culturas tão divergentes, foram designados dois executivos. Do lado da Casas Bahia, Raphael Klein, 32 anos, filho de Michael Klein, o executivo que dirigia a varejista. Raphael será o presidente da nova empresa. Da parte do Pão de Açúcar, Jorge Herzog, presidente do Ponto Frio, empresa que pertence ao grupo de Abilio Diniz. Herzog será o vice-presidente da gigante que nasceu da fusão. Será o homem de Diniz na operação.

Para analistas, o controle obsessivo de gastos que é adotado no Pão de Açúcar tende a ganhar terreno diante do modelo da Casas Bahia. A empresa da família Klein cresceu dentro do conceito de que seus enormes ganhos de escala acabavam absorvendo aumentos de custos. Ao comprar muito, ela obtém descontos gordos e consegue revender com margens altas, o que faz com que suas contas fechem no azul, independentemente do tamanho das cadeias.

No Ponto Frio, empresa do grupo Pão de Açúcar que pode ser comparada à Bahia, é diferente. Seus ganhos de escala são menores, uma vez que o volume de compras é muito inferior. Em contrapartida, as despesas são controladas com mão de ferro para que haja equilíbrio nas contas. "Nesse aspecto, a nova empresa tende a adotar o modelo mais eficiente, que é o controle radical de custos", diz Juliana Campos, analista da Ativa Corretora.

A Casas Bahia é mais ágil na tomada de certas decisões, avaliam alguns especialistas. Ela tem apenas três níveis hierárquicos: diretoria, a área administrativa das lojas e a equipe de vendedores. As decisões importantes são tomadas em reuniões entre um pequeno grupo de executivos, comandados por Michael Klein. No Ponto Frio, há quatro diretores na linha de frente da empresa. Além deles, toda decisão estratégica precisa passar pelo corpo de sete conselheiros. "Nesse caso, não dá para mudar. É o modelo de estrutura da rede com capital aberto", diz um consultor. Se a Casas Bahia precisar fazer uma ação promocional avassaladora, do dia para a noite está tudo nas lojas. No Ponto Frio, isso leva semanas.

As empresas também divergem na área de logística. O Pão de Açúcar e o Ponto Frio terceirizam toda a sua operação de distribuição de produtos, formada por um universo de 160 transportadoras e 1,3 mil veículos. A Casas Bahia faz o oposto. Tem mais de três mil veículos próprios, entre caminhões, carretas e automóveis. Atualmente, há uma ociosidade de 40% nessa estrutura. Para cada caminhão, existem três funcionários trabalhando, todos da empresa. Segundo analistas, a tendência é que prevaleça, nesse caso, o modelo Pão de Açúcar.

Também há diferenças na área de TI. O Ponto Frio sempre terceirizou o segmento e o próprio desenvolvimento de seus programas. A rede dos Klein os desenvolve sozinha e caminha a passos largos em projetos fundamentais, como na área de computadores por "thin clients" - terminal sem disco rígido que armazena dados com segurança acima da média. Para Abilio Diniz, isso deve ser copiado pelo próprio Pão de Açúcar, numa troca vital de conhecimento na criação da maior cadeia de eletrônicos da América Latina.

COMENTÁRIO:-

O MONOPÓLIO ESTÁ FORMALIZADO... TODOS, SEM EXCESSÃO, TERÃO QUE COMER NAS MÃOS DOS DINIZ E KLEIN DA VIDA, INCLUSIVE OS FABRICANTES., POR SI SÓ ESTE FATO NÃO É BOM, POIS OBSERVEM O DETALHE " A empresa da família Klein cresceu dentro do conceito de que seus enormes ganhos de escala acabavam absorvendo aumentos de custos. Ao comprar muito, ela obtém descontos gordos e consegue revender com margens altas, o que faz com que suas contas fechem no azul, independentemente do tamanho das cadeias." E É O QUE VAI CONTINUAR ACONTECENDO, MUITAS EMPRESAS SERÃO ADQUIRIDAS POR ESTE GRUPO E OS CLIENTES NÃO TERÃO MAIS OPÇÕES. O GOVERNO DEVERÁ LIBERAR A ENTRADA DE CONCORRENTES FORTES NO MERCADO, NACIONAIS OU NÃO, PARA CONTRABALANCEAR ESTA CARNIFICINA QUE SERÁ O MERCADO DO VAREJO NO BRASIL, FORA AS DEMISSÕES EM MASSA. ANOTEM E AGUARDEM!!!

ARVÃO

Nenhum comentário:

Postar um comentário