terça-feira, 24 de novembro de 2009

UM CIRCO CHAMADO HONDURAS

Micheletti deve deixar o governo nesta quarta
Presidente interino de Honduras vai se afastar do cargo por uma semana, até que as eleições sejam realizadas. Brasil lidera grupo da OEA que ameaça não reconhecer resultados
Redação Época

AUSÊNCIA TEMPORÁRIA O presidente interino Roberto Micheletti exibe o crucifixo que costuma carregar. Ele vai deixar o cargo por apenas uma semanaCinco meses depois de ter assumido o poder em Honduras, o presidente interino do país, Roberto Micheletti, deve deixar o cargo nesta quarta-feira (25). Sua saída, que deve durar apenas uma semana, é um movimento cujo objetivo é legitimar as eleições presidenciais do próximo domingo (29), que devem escolher o novo líder do país para o período 2010-2013.

Ao deixar o poder por uma semana, Micheletti tenta demonstrar que não vai influenciar o processo eleitoral, uma exigência da comunidade internacional para reconhecer o vencedor do pleito. Para conseguir o reconhecimento, ele conta com o apoio fundamental dos Estados Unidos, que vêem a eleição como passo fundamental para o restabelecimento da normalidade em Honduras após a crise política.

Os EUA, com o apoio de Peru, Panamá e Colômbia, defendem a realização da eleição mesmo sem a restituição do presidente deposto Manuel Zelaya, uma condição prevista no acordo firmado em outubro, com mediação da própria Casa Branca, que deveria abrir caminho para o fim da crise.

Tal posição, defendida pelos Estados Unidos na Organização dos Estados Americanos (OEA), é contestada pela maioria dos países da instituição, a começar pelo Brasil, que ameaça não reconhecer as eleições caso Zelaya não seja restituído ao poder.

Nesta semana, os representantes brasileiros na OEA cogitaram até mesmo o adiamento das eleições, uma sugestão que irritou os negociadores americanos. “As eleições não são um invento de um governo”, afirmou o novo subsecretário de Estado dos Estados Unidos para América Latina, Arturo Valenzuela. Segundo o jornal local La Prensa, ele afirmou ainda que o pleito “permite aos hondurenhos exercer sua vontade soberana”.

Apesar da importância dos Estados Unidos na OEA, a posição do Brasil é majoritária e seguida por mais de 20 países. O chileno José Miguel Insulza, presidente da entidade, também se opôs a uma eleição anterior à restituição de Zelaya, mas ao que parece o peso político dos EUA vai, como de costume prevalecer.

O Congresso de Honduras só deve cumprir a exigência de votar a restituição de Zelaya (até o encerramento de seu mandato, no fim do ano) no dia 2 de dezembro, após as eleições. A decisão é incerta, mas há uma grande chance de ele ser reconduzido ao cargo com poderes reduzidos. Isso serviria para aplacar os ânimos do grupo liderado pelo Brasil e também como argumento para a diplomacia americana conseguir convencer os outros países da OEA a aceitar o resultado da eleição. A próxima reunião da OEA, na qual os países discutirão a eleição hondurenha, está marcada para 4 de dezembro.


COMENTÁRIO:-

Está mais que claro que o novo presidente eleito, será reconhecido por todos, até por aqueles, como o Brasil, que dizem não concordar, pois o peso político dos EUA é imenso. A balança dos prós a favor de uma unificação nacional e sem a restituição do poder à Zelaya é muito forte e o Brasil sabe deste fato.
Portanto, Honduras terá um novo presidente que espera-se siga a Constituição e deixe de rezar por cartilhas alheias.
ARVÃO

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