domingo, 29 de novembro de 2009

MATO SEM CACHORRO E SEM REPELENTE

Mato sem Cachorro
EDITORIAL JORNAL VP - DOMINGO 29/11/09


A cada dia, situação da Câmara de S. José fica mais vulnerável no caso do concurso público

Verdade seja dita: o comando da Câmara de São José dos Campos está num mato sem cachorro.

A iniciativa --elogiável-- de preencher 33 cargos no Legislativo por meio de um concurso público acabou envolvendo a Câmara de São José em um emaranhado de denúncias, confusões, suspeitas e problemas que macularam, de forma indelével, o certame. Isolado, o presidente da Casa, Alexandre da Farmácia (PR), chegou a bancar, pessoalmente, a manutenção das provas, embora já tenha dado sinais claros, nos últimos dias, que está perdendo fôlego --admitiu, por exemplo, atender às orientações do Ministério Público e cancelar o concurso para assistente legislativo, que atraiu mais de 14 mil candidatos. O desfecho dessa história, qualquer que seja ele, trará, sem dúvida, um desgaste sem precedentes na história do Legislativo de São José.

Esse bate-cabeça poderia ter sido evitado?

Sim, se a Câmara seguisse regras claras para a gestão do concurso e para a escolha da empresa responsável por ele. Em primeiro lugar, um parecer reservado da Assesoria Jurídica da Casa recomendava, expressamente, que a contratação da FIP, como empresa responsável para a organização do concurso, não fosse concretizada. Em segundo lugar, a dispensa de licitação para a escolha da FIP é um drible legal, uma vez que a empresa, ao que tudo indica, não preenche o requisito de notória especialização. Em terceiro lugar, uma simples olhadela no perfil da empresa bastaria para que o Legislativo tivesse mais cautela.

O que a Câmara não fez, o valeparaibano fez.

O jornalista Cláudio César de Souza esteve na sede da empresa, em São Paulo, e revela hoje que ela funciona em duas salas sem identificação em um edifício comercial no bairro de Moema, em São Paulo --prédio de 48 salas cujo fachada está estampada na página principal do site da empresa na internet. No hall do prédio, o nome da FIP não consta nem do painel de identificação de empresas e entidades que possuem salas no local. Embora essa, digamos, timidez empresarial não seja prova de nada, ela acende uma dúvida: nenhum representante da Câmara visitou a sede da empresa e constatou isso antes de sua contratação? Mais: Cláudio César de Souza foi à Baixada Santista e revela as contradições do concurso organizado pela FIP para a Prefeitura de Bertioga --que deve ser anulado esta semana, após ter sido suspenso pela Justiça antes mesmo de sua realização.

Que pena! Por despreparo, teimosia ou ânsia política, a Câmara de São José submeteu mais de 18 mil pessoas a um concurso mal organizado, que tem tudo para virar um embate judicial. Quando Alexandre da Farmácia vai dar um basta nisso?


COMENTÁRIOS:-

O MP DE S. JOSÉ DOS CAMPOS/SP DEVE INTIMAR ESTE SENHOR A DAR UM BASTA NESTA PARANÓIA EM QUE SE TRANSFORMOU ESTE MALFADADO CONCURSO PÚBLICO., A AMBIÇÃO POLÍTICA FALOU MAIS ALTO QUE O BOM SENSO E ESPERO QUE O JORNAL VP, INVESTIGANDO À FUNDO, NÃO VENHA A NOS " BRINDAR" COM MAIS DISSABORES NOTICIOSOS... QUEM VIVER VERÁ!

ARVÃO

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