segunda-feira, 27 de setembro de 2010

CONDOMÍNIO - REDUZIR GASTOS


Síndicos dão dicas para diminuir as taxas do condomínio

Com organização e criatividade, os gastos e a inadimplência diminuem aos poucos. Confira algumas dicas e aproveite no seu condomínio.



Pagar aluguel ou prestação pesa muito no orçamento. Mas para quem paga condomínio o martírio para fechar o mês é ainda maior. O Fantástico foi atrás de síndicos bem espertos para descobrir como fazer essa conta ficar menos salgada.

Veja o quadro 'Reunião de Condomínio'.

Dentro de uma janela há um morador que sofre com a taxa de condomínio! Doze milhões e meio de brasileiros estão nessa situação. Mais da metade deles, em cidades cheias de prédios como São Paulo e Rio de Janeiro. Quase todo mundo acha condomínio caro, mas, como qualquer orçamento, sendo criativo, dá pra fazer economia e aliviar o bolso.

O Fantástico chamou os síndicos. Cada um deles bolou uma solução para enfrentar os vilões da taxa de condomínio. Vamos começar pela água.

“Vinte por cento das despesas ocasionadas nos condomínios são relativas ao consumo de água”, explica o vice-presidente do Secovi, Ronaldo Coelho Neto.

Em um prédio, cada morador está pagando R$ 60 a menos por causa das mudanças que o síndico Saul Kusnir fez. Começou pela maior fonte de desperdício: o vaso sanitário. Antes eram gastos dez litros de água em cada descarga. Agora há o duplo acionamento.

Quando faz o número 1, a descarga libera três litros de água. Se for o número 2, seis litros. A troca do vaso custou R$ 150 para cada morador e a melhoria se pagou em poucos meses.

“A colaboração dos moradores é fundamental, porque nada disso teria acontecido se eles não aceitassem”, diz Saul.

A empregada Alaíde Silva trabalha no condomínio e adorou: “Legal, gostei, vou colocar lá na minha casa.

As torneiras ganharam uma peça que reduz a vazão da água pela metade. E o jardim agora é regado por um cano de plástico com furinhos que o próprio Saul inventou. Ele ganhou prêmio por isso. Ele destaca: “O síndico tem que ter vontade, porque dá trabalho”.

A solução em outro prédio do Rio foi simples também. Agora cada um paga pela água que consome. Há um hidrômetro para cada apartamento. E Seu Moisés também fez outra mudança bem básica. Colocou um sensor de presença para acionar as lâmpadas.

“Está vendo, isso foi mais uma economia que o condomínio fez". O síndico está todo animado. A conta caiu 10%!

O aposentado José Américo Barros comemora: “Eu estou achando ótimo. Gastava-se muito e ninguém tinha controle de nada. E agora tem esse controle”.

Com o dinheiro economizado deu pra fazer a piscina. E as pessoas ficam satisfeitíssimas.

Em um condomínio na Zona Leste de São Paulo tem 7800 moradores e 56 elevadores. Dois para cada bloco. Para economizar, a administração tomou uma medida simples: instalou um mecanismo de automação, que funciona assim: se você está no terceiro andar e chama os dois elevadores, só o que estiver mais perto vai subir. Com isso, a economia com energia elétrica e manutenção passou dos R$ 4 mil por mês.

“Nem sabia que eles faziam essa economia”, diz uma moradora.

“Não é uma receita de bolo, cada prédio tem a sua particularidade. O síndico é que tem que ter percepção de saber onde mexer para economizar”, explica o síndico Jefferson Gimenez.

O gasto com os funcionários também pesa. Sem precisar mexer nos salários nem demitir ninguém, o síndico Michel Chamovitz enxugou a despesa com transporte mudando a escala.

“Os funcionários começaram a vir um dia sim, um dia não e além disso, eles poderiam descansar o outro dia. A folga seria mais tranquila para eles”, diz ele.

E prevenir é sempre melhor que remediar. Pequenos consertos, se feitos quando os vazamentos começam, podem impedir um grande prejuízo.

Seu Rinaldo é encanador e de seis em seis meses ele faz uma vistoria em um prédio a pedido do condomínio para ver se tem algum problema. Ele conta: “Eu encontro muita torneira pingando, chuveiro, caixa acoplada pra trocar a boia”.

Fazendo uma vistoria no apartamento 91, Seu Rinaldo confere cada cantinho e por fim, acha um deslize. “Esse pinguinho com o tempo vai bastante água, né?”

A moradora afirma que, por conta própria, não faria essa revisão.

Com pinta de prefeito, o síndico premiado mostra sua pequena cidade com satisfação. Botino cuida de 400 apartamentos na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Quando chegou, a taxa de inadimplência era de quase 70%. Com a arrumação da casa, caiu para 30%.

“Cada centavo arrecadado era reinvestido no condomínio”, diz Botino.

O condomínio agora tem uma horta, biblioteca, professora voluntária para as crianças e aulas de informática. A taxa é de R$ 180.

“Tudo incluído no condomínio!”, comemora a moradora Ana Caterine Chasco.

“Não precisa sair daqui pra nada! Maravilhoso”, diz a dona de casa Nádia de Souza.

No local, todo lixo reciclável é vendido pelos funcionários e a renda fica com eles.

“Ajuda muito. A gente contribui com churrasco, refrigerante, a união dos companheiros. Tudo legal, sob controle.”, explica o funcionário Geraldo de Paiva.

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