terça-feira, 18 de maio de 2010

AMEAÇA DE TERROR NA COPA DO MUNDO DE FUTEBOL

Ameaça de terror preocupa a África do Sul
Um saudita que estaria planejando um atentado durante a Copa do Mundo foi preso no Iraque. Autoridades sul-africanas mantém confiança em plano de segurança
Redação ÉPOCA, com EFE


Na segunda-feira (17), policiais sul-africanos foram às ruas de Johannesburgo para mais um treinamento. Sob os olhares da população e flashes da imprensa internacional, o grupo de operações especiais simulou o resgate de um refém no meio da rua, escalou prédios e desfilou alguns de seus novos equipamentos. Tudo para demonstrar que o país está preparado para evitar incidentes violentos e ataques terroristas durante a Copa do Mundo. Apesar da pirotecnia da polícia sul-africana, o medo de um ataque é latente, e foi reforçado na noite de segunda, com a notícia de que um saudita foi preso no Iraque sob acusação de planejar um atentado terrorista durante o mundial.

A informação foi divulgada pelo major general Qassim al-Moussawi, porta-voz das forças de segurança iraquianas. Segundo ele, Abdullah Azam Saleh al-Qahtani, ex-integrante do Exército da Arábia Saudita, foi preso sob suspeita de “planejar um ato terrorista” durante a Copa do Mundo. Segundo o porta-voz, Al-Qahtani teria entrado no Iraque em 2004, logo após a invasão americana, e seria suspeito de vários atentados, em Bagdá e outras localidades.

Al-Moussawi não exibiu provas do envolvimento de Al-Qahtani, mas informou que ele estava em contato direto com o egícpio Ayman Al Zawahiri, o número dois da rede terrorista Al Qaeda, liderada pelo saudita Osama bin Laden. De acordo com o jornal sul-africano The Star, o porta-voz afirmou que Al-Qahtani é formado em administração e teria sido preso por militares americanos em 2007, sendo libertado no ano passado. Ele teria participado de uma série de ataques a hotéis em Bagdá, em janeiro, na qual 36 pessoas morreram. Além de planejar atacar a Copa do Mundo, Al-Qahtani estaria planejando atentados em Najaf e Kherbala, duas cidades sagradas xiitas.

As prisões chegam em um momento de tensão entre os governos da Arábia Saudita, sunita, e do Iraque, xiita, que deve sofrer uma escalada após a prisão do ex-militar saudita em Bagdá.

Como o porta-voz da polícia iraquiana deu pouquíssimas informações sobre o suposto atentado contra a África do Sul, e oficiais da inteligência americana disseram à Reuters desconhecer o assunto, restam muitas dúvidas sobre a real ameaça que o terrorista representava para a Copa do Mundo. Mesmo as autoridades sul-africanas tinham dificuldades para descobrir detalhes da prisão. “Eu não sei nada sobre isso”, disse o porta-voz da polícia sul-africana, Vish Naidoo, na manhã desta terça (18), segundo o The Star. “Não fomos consultados ou informados”, afirmou.

Ainda assim, o governo sul-africano fez questão de dizer que não vai abaixar a guarda. “É realmente preocupante o fato de alguém ter sido detido por conspirar contra o Mundial”, disse uma fonte do governo à agência EFE. “Isto é muito, muito sério e vamos ter de esclarecer todos os fatos”, afirmou.

A ameaça divulgada nesta semana é a segunda de grupos fundamentalistas islâmicos em pouco mais de um mês. Em abril, a Al Qaeda no Magreb Islâmico, uma organização satélite da Al Qaeda de Bin Laden, ameaçou realizar um ataque no mundial, especificamente na partida entre Inglaterra e Estados Unidos, no dia 12 de junho.

Ameaças como essas não são exclusividade da Copa do Mundo da África do Sul. As Olimpíadas de Pequim, em 2008, e os Jogos de Inverno de Vancouver, no início do ano, também foram alvo de especulações como essa, que certamente vão se repetir em Londres-2012 e na Copa do Brasil, em 2014. O ministro da polícia sul-africano, Nathi Mthethwa, foi enfático ao dizer que o país está preparado. “Vamos receber o mundo todo e, assim, não podemos assumir nenhum risco”. Resta ao mundo torcer para que a confiança das autoridades sul-africana se torne realidade entre 11 de junho e 11 julho.

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