domingo, 13 de junho de 2010

MALANDROS DO TERNO DE LINHO S 120


Só a vuvuzela sacode o Senado

Revista Época
RUTH DE AQUINO
é diretora da sucursal de ÉPOCA no Rio de Janeiro
raquino@edglobo.com.br

Nunca antes na história o Senado brasileiro teve uma semana tão profícua. Véspera de Copa, com o país amortecido pela polêmica da Jabulani e o requebrado da Shakira, os 81 senadores esqueceram o corpo mole e partiram para o ataque. A julgar pela quantidade de decisões nos últimos dias, deveríamos fazer um exame de doping. Até de madrugada, todos votavam com uma energia incomum. Entraram impedidos, chutaram a Jabulani na trave e fizeram gol contra. Vuvuzela neles.

O país só examinou as jogadas no tira-teima. O juiz supremo, Lula, já prometeu anular uma das manobras, a da partilha dos royalties de petróleo. Quem sabe a sociedade – que conseguiu na semana passada uma vitória incontestável na campanha pela Ficha Limpa já em 2010 – se conscientize agora do poder da mobilização popular. A internet e as redes sociais podem ajudar o cidadão a promover um vuvuzelaço virtual sempre que o Senado fizer jogadas ilegítimas. Dando carrinho na Constituição, atropelando a ética, votando em benefício próprio. Ou prejudicando a arquibancada.

Primeiro, o Senado recontratou uma empresa de limpeza, a Adservis, que havia sido multada em R$ 4 milhões por não pagar a seus próprios funcionários. Nem os jornalistas que cobrem o Congresso em Brasília se animam a investigar essa caixa-preta. Eles já desistiram, resignados. Todo ano, dizem, é a mesma coisa. Como assim? Você e eu queremos saber por que a Adservis pôde participar de uma concorrência se, em janeiro, alegou problemas financeiros e deixou de pagar a quem limpava as latrinas e servia cafezinho. Quem assumiu a folha foi o Senado. Agora, a mesma empresa vai receber R$ 1,2 milhão por mês para fazer a faxina da Casa. Em miúdos, limpar o Senado custa aos cofres públicos – ou a nosso bolso – R$ 40 mil por dia! Isso caso a limpeza fosse diária. Duvidoso, porque os senadores trabalham cerca de três dias e meio por semana. Notícia importante ou supérflua? O Congresso não prometera cortar excessos e diminuir despesas? A Adservis não vai conseguir limpar o Senado. Quem sabe a mobilização popular consiga no grito. Vuvuzela neles.
No ataque até a madrugada, os senadores fizeram gol
contra e deram carrinho na Constituição

No dia seguinte, o Senado aprovou um plano “secreto” de reajuste de cargos e salários. Todos assinaram, menos uma petista de nome impronunciável, Serys Slhessarenko. O presidente do Senado, José Sarney, também assinou – mas afirmou ignorar detalhes. O Senado se habituou a atos secretos. Mas o jornal O Globo teve acesso ao plano: o aumento seria de 8,5% neste ano e 17% no ano que vem. Como esses % não significam nada para nós, mortais, aí vai o impacto em números absolutos: mais R$ 217 milhões de gastos agora com a folha e mais R$ 481 milhões em 2011. O salário de consultor do Senado pularia de R$ 14 mil para R$ 22 mil. A despesa total com pessoal já é de R$ 2,2 bilhões ao ano. Temos um dos Congressos mais caros do mundo. Quero ver o próximo presidente engolindo uma Jabulani dessas. O “plano” ainda precisa ir a plenário. Anotem aí: o prazo para aprovação dessa jogada é 2 de julho. Vuvuzela neles.

Na madrugada fria de quinta-feira, às 2h25, quando o país dormia e sonhava com o hexa na África do Sul, o energizado gaúcho Pedro Simon estava em pé na tribuna do Senado. Nem aparentava seus 80 anos. Na ânsia de aprovar sem debate a mudança na distribuição dos royalties do petróleo, ele apelou a uma retórica fatal. Em vez de argumentos, $$$. O Acre passa a ganhar tanto. Alagoas, esse outro tanto. Seguindo a tabelinha ensaiada, o senador Heráclito Fortes perguntou: “E o Piauí, senador?”. “De R$ 18 milhões passa a mais de R$ 1 bilhão”, respondeu Pedro Simon. Todas eram contas fictícias e improváveis. O petróleo ainda não está sendo explorado. Não se tem ideia de quando o país conseguirá atingir o pré-sal.

Ninguém dormia na plateia, ao contrário das sessões sonolentas que discutem coisas intangíveis e menos importantes como emprego, saúde e educação. A lógica do bônus (não do ônus) era infinitamente mais sedutora para os 41 senadores que votaram a favor da emenda Simon. A emenda contraria a Constituição. Entra em campo, Lula. Vuvuzela neles.








Olá ARVÃO,
Você postou o seguinte comentário no site de Época.

"Quem coloca esta corja no congresso ( com "c" minúsculo mesmo) é este povo abestalhado e ignorante., povo que se extasia com estas conversas "para boi dormir"., povo que reclama, mas deveria, isto sim, agir, de maneira até dura, para expurgar esta malandragem toda, os malandros do terno de linho S120. E prestem atenção, está chegando o GRUPO DO UAI,SÔ!!! Perigosos ao EXTREMO!!!"

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