sábado, 4 de julho de 2009

LULA E KADAFI " MEU AMIGO,MEU IRMÃO E LÍDER"????


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Lula conta que é irmão do ditador no fim da feira das abjeções africanas
2 de julho de 2009
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Se o companheiro Manuel Zelaya não for recolocado na presidência da República, advertiu o Lula da segunda-feira, “Honduras ficará numa posição de isolamento no meio de um grande contingente de democracias”. Enquanto o palanqueiro de segunda fazia de conta que lutava pela liberdade na América Central, o Lula da terça-feira baixou na Líbia para a reunião dos países que formam a União Africana ─ meia dúzia de democracias cercadas por um oceano de ditaduras de assustar o mais medonho tirano cucaracha.

Mesmo para uma metamorfose ambulante, não seria uma mudança abrupta demais? “Quando você é convidado, não pergunta quem são os outros convidados, você vai”, desconversou. Alguém deve ter soprado que todo presidente recebe com bastante antecedência a lista dos que lhe farão companhia, sugeriu a guinada do Lula da quarta-feira. Irritado com a cobertura do encontro na Líbia, acusou a imprensa brasileira de tratar com “preconceito premeditado” os vínculos cada vez mais estreitos entre o governo brasileiro e déspotas africanos.

“Esse golpe militar foi desnecessário”, informou uma frase perdida no meio da discurseira sobre Honduras. Existem na cabeça de Lula, portanto, golpes militares necessários. Figura nessa categoria o que transformou em dono da Líbia, desde 1969, o anfitrião Muammar Khadafi, saudado com especial carinho na abertura do discurso na festa de encerramento. “Meu amigo, meu irmão e líder”, prostrou-se o convidado de honra diante do serial killer que, entre outras anotações no prontuário, ordenou a derrubada de um avião da PanAm em 1988.

Entusiasmado com “a persistência e a visão de ganhos cumulativos que norteia os líderes africanos”, Lula recomendou ao mundo mais paciência com ditaduras vitalícias. “Consolidar a democracia é um processo evolutivo”, ensinou. O companheiro Omar Al-Bashir, por exemplo, é ditador do Sudão há apenas 20 anos. Antes de pensar em eleições diretas, liberdade de expressão e outras miudezas adiáveis, precisa resolver urgências muito mais inquietantes. É o caso da guerra de extermínio movida contra a província de Darfur. Só não terminou ainda porque as entidades humanitárias que ele acabou de expulsar do país insistiam em retardar a consumação do genocídio.

Em março, o tribunal internacional de Haia decretou a prisão, por crimes contra a humanidade, do sudanês de altíssima periculosidade. Será recebido como estadista amigo caso visite o País do Carnaval. ”O Brasil não se envolve em problemas de outros países”, recitou na Líbia o chanceler Celso Amorim. Como se Honduras fosse outra praia da Bahia que acabou de ser descoberta por colunáveis.

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